15 fevereiro 2010

Jigsaw Falling Into Place

Hoje queria escrever algo composto, organizado, recheado de figuras de estilo bonitas e floreados que todo o mundo gostasse. Mas depois pensei qual é o sentido disso?

A minha vida não tem flores, não tem o agradável cheiro de uma tarde de verão, não tem o cheiro do mar à noite, nem a vida dos raios de sol pela manhã. Não tem o som de rouxinóis, nem o zumbido das abelhas no mel. Nem a minha, nem a de ninguém.
O mundo, a vida... tem o som de serra eléctrica, tem o cheiro de Bairro Alto às quatro da manhã. Tem o aspecto de algo que não queremos ter, mas que também não queremos perder. Afinal, o Bairro Alto às quatro também está recheado de risos...

Hoje quero uma noite bem passada, um copo de absinto cheio de gelo até ao cimo, uma conversa interessante com alguma pessoa interessante. Quero rasgar os meus lábios num sorriso, quero dar-me a conhecer.
Hoje faz um ano. Hoje faz um ano que me dei a conhecer, hoje faz um ano que tive uma noite bem passada, com um copo de absinto cheio de gelo até ao cimo, hoje faz um ano que falei com alguém interessante, e que conheci alguém interessante. Hoje...
Hoje faz um ano que entraste em mim com o teu ritmo meio cheio, meio vazio. Já aconteceu tanta coisa depois disso...

Hoje faz um ano que te conheci... há um ano não sabia que o vestido branco me poderia causar tanto pânico.

Há um ano foi o primeiro dia do resto da minha vida.
Estou tão feliz por seres passado.

[hoje o puzzle que montei foi diferente do que montei nos outros dias, e foi sem dúvida, bem melhor que aquele que desmontei há uns meses]

Já não quero absinto, agora prefiro uma corridinha.

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