27 março 2011

(just like)

O mundo tinha mudado se as pessoas não arriscassem?
Se ninguém pusesse o pé depois do limite estabelecido por sabe-se lá quem?
Não, pois não?
(eu juro que isto não é retórico).

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

A.C

06 março 2011

This Masquerade

É Carnaval. É quando ninguém leva a mal, mas também ninguém leva a bem. É quando vestimos ainda mais máscaras que no dia a dia, e fazemos coisas que não faríamos, com a desculpa de ser o dia que é. As pessoas, por baixo das mascarilhas, dos fatos elaborados, e de tudo isso, continuam as mesmas. Mas por uns dias e umas noites, julgamo-las diferentes.
Hoje eu não tive máscara exterior, nenhuma extra às que já uso no dia a dia, tive só um sorriso mascarado e uma diversão interiormente falsa que rapidamente se tornou verídica. Acho que me obriguei a divertir-me e me obriguei a não pensar nas coisas que não quero mas que são sempre as mais fáceis de pensar.
Todos os dias me sinto diferente de todos de umas formas estranhas. Todos os dias quero ser algo diferente e cada vez que faço, tenho, sinto alguma coisa, descubro que toda a minha personalidade está errada e tenho o desejo de fazer desse pequeno momento, toda a minha vida. Como se no dia a dia não fosse o suficiente. como se só nestes dias é que eu sou eu em pleno. Fácil seria sê-lo todos os dias, transformar estes dias na vida. Mas há tantas coisas que me deixam assim, tão bem. Porque é que não hei-de viver como vivo? vivendo-as a todas nos momentos certos e pensando profundo nos momentos em que devo também? faz parte. dói. mas faz parte.
Tudo o que vivemos e tudo o que parece mais inofensivo, pouco importante, no futuro pode voltar com o triplo da importância. Só temos que nos agarrar ao que vem, porque vem sempre qualquer coisa. Não podemos estar fechados à espera que uma coisa em especial chegue porque no entretanto chegam tantas outras que perdemos se vivermos de palas.
E como é que sabemos que não vivemos de palas?
Não sabemos. mas é por momentos como este, agora, que percebemos isso. Porque estou bem, porque sei que aconteceu algo, mas que eu não sei bem o quê. e até amanhã eu sinto esta diversão com pretensões de ser eterna mas que se extingue antes da manhã. e depois? depois há-de vir algo mais por certo. E eu vou esperar, com pretensões (também) de não ter palas. Porque elas cortam, e elas magoam.
gostava de saber o quê, ou quem, és tu. vermelho.
Porque finalmente, isto existe, este texto. Horrível, sem pontuações, com repetições nojentas e sem qualquer interesse de leitura. Mas existe, e com vontade de escrita, com escrita antes de pensar. Existe como o desabafo que eu precisava. E isso, agora, basta-me.