31 maio 2010

Looking Back

Elizabeth: Why do you keep them? You should just throw them out.
Jeremy: No. No, I couldn't do that.
Elizabeth: Why not?
Jeremy: If I threw these keys away then those doors would be closed forever and that shouldn't be up to me to decide, should it?
Elizabeth: I guess I'm just looking for a reason.
Jeremy: From my observations, sometimes it's better off not knowing, and other times there's no reason to be found.
Elizabeth: Everything has a reason.
Jeremy: Hmm. It's like these pies and cakes. At the end of every night, the cheesecake and the apple pie are always completely gone. The peach cobbler and the chocolate mousse cake are nearly finished... but there's always a whole blueberry pie left untouched.
Elizabeth: So what's wrong with the blueberry pie?
Jeremy: There's nothing wrong with the blueberry pie. Just... people make other choices. You can't blame the blueberry pie, just... no one wants it.
Elizabeth: Wait! I want a piece.

Obrigado, por teres abraçado um pedaço de mim quando mais ninguém queria, quando eu era atirado fora pelas ruas e por dentro mim me achava um lixo.

Elizabeth: How do you say goodbye to someone you can't imagine living without? I didn't say goodbye. I didn't say anything. I just walked away.

Adeus... só aqui é que tenho coragem de to dizer. Embora esteja feliz por ti... custa-me tanto ver-te ir embora.

Elizabeth: When you're gone, all that is left behind are the memories you created in other people's lives or just a couple of items on a bill.

Gostava de te poder dizer que continuo atrás da tua porta à espera que a abras... De te dizer que quero ficar contigo, e assim, impedir-te de ir embora e impedir-me de me perder nas avenidas e nos becos da saudade e do mundo. Mas...

Katya: Sometimes, even if you have the keys those doors still can't be opened. Can they?
Jeremy: Even if the door is open, the person you're looking for may not be there, Katya.

...

Elizabeth: The last few days, I've been learning not to trust people and I'm glad I've failed. Sometimes we depend on other people as a mirror to define us and tell us who we are and each reflection makes me like myself a little more.

Desculpa por só ter aprendido isso agora. E por, mesmo assim, continuar um cobarde. Quem sabe se estou a tomar a decisão certa ou a cometer um horrível erro? Tenho 6 horas para perceber... ou será tarde de mais... Gostava de te ver para perceber, embora os erros tenham, por vezes, de ser cometidos, e façamos de propósito para os cometer.

Leslie: Sometimes your rhythm's off, you read the person right but still do the wrong thing.
Elizabeth: Because you trust them?
Leslie: Because you can't even trust yourself.

Eu podia ter escolhido o caminho mais rápido. Atravessava a correr e nenhum carro me acertava. O outro lado da rua está tão perto... mas hoje quero dar a volta maior e ir à passadeira. Jogar pelo seguro nunca fez mal a ninguém. E não há ninguém do outro lado que me faça correr pelo meio da estrada. Embora gostasse que fosses tu a provocar isso em mim, não acontece. Desculpa. Boa Viagem. Vai ser estranho ter-te a milhares de quilómetros de mim.

Elizabeth: It took me nearly a year to get here. It wasn't so hard to cross that street after all, it all depends on who's waiting for you on the other side.


Frases retiradas de My Blueberry Nights.

28 maio 2010

Citizen Erased

Sopra.
Apaga a chama que gasta a vela.
Apaga-me.
Apaga o meu desejo
que nos gasta a nós.

Apaga o mundo há nossa volta,
apaga a minha necessidade de o explorar.
Apaga os continentes e os mares,
apaga a distância
para ela não nos separar.

Apaga tudo.
Deixa-nos apenas a nós.
Porque embora não estejas
apagado em mim, o resto do mundo parece
a paisagem perfeita para ser desenhada.

O meu desenho é diferente do teu.
Porque
Eu não sou,
Nem quero ser,
A tua imagem até morrer.

Está escuro agora.
Dizem que o negro é a ausência de cor.



Wash me away
Clean your body of me
Erase all the memories
They will only bring us pain
And I've seen all I'll ever need

Amo-te.
Desculpa que o mundo exista.

21 maio 2010

Crystalline Green

Pareces tão cristalino agora. Tão perfeito.
Tenho saudades, não tuas, mas de nós... do que éramos e tivemos.
Depois de ti só conto casos sem cor e relações negras. Será que fiz o errado?
Tenho tanto medo de perder o que importa com escolhas desacertadas.
Seguro-te com tanta força em mim, marcaste-me tanto.

E eu sei, sei com toda a minha saudade, e é isso que me dá forças. Sei que quando eu voltar à Green Hill, te vou ver com um copo meio cheio e meio vazio de um líquido verde, e que fisicamente nem vais reparar que estou ali, mas por dentro, vais abraçar-me, porque continuas aí, à minha espera. E eu de alguém como tu. Tenho pena que me tenhas desiludido tanto.

Acho que foste a única pessoa que amei, no verdadeiro sentido da palavra.
Acho que nunca te disse ao ouvido, ou olhos nos olhos, mas amei-te.
E ainda te amo.
E vou amar-te. A ti, ao verde, ao copo e às recordações. Porque ao contrário de tudo o que seria de esperar, eu estou a rir porque estou a lembrar-te, e estou com uma lágrima no canto do olho por sentir a tua falta.
E enquanto escrevia isto, e pensava no teu sorriso perto de mim, não me lembrei de mais nada, e foste o único, mas nunca solitário, morador dos meus pensamentos.

Amo-te.
Onde estás?
Onde nos perdemos?...

...porquê?

Goodbye, my perfect dream..

11 maio 2010

Colourless colour

Como hei-de escrever poesia se nem consigo soltar do meu peito duas palavras simples?
Nem conjugar um verbo que aprendi na primária.

Como hei-de escrever peças se nem consigo formular um discurso, um monólogo, para te explicar como me sinto e te fazer perceber o que me provocas sem saberes, ou sem quereres saber?

Como hei-de escrever contos se nem consigo desvendar se realmente não te interessas minimamente ou por qualquer razão te finges desinteressado?

Para quê escrever poesia se o destinatário não a vai receber?
Para quê escrever peças se não sei organizar tudo o que te quero dizer?
Para quê escrever contos se nunca vou encantar ninguém?

Estou farto de ti, farto de não te perceber e que não me expliques. Farto de querer desistir de ti, farto de não conseguir... farto de nunca ter lutado a sério por ti... por isso, como posso desistir de algo pelo qual nunca lutei verdadeiramente?


Assim um nobre coração hoje se quebra.
Boa noite, doce príncipe. Que o cântico
De revoadas de anjos te guie a teu repouso!

05 maio 2010

Stand By Me

Fica.
Aqui, no meu cantinho escondido do mundo, onde um dia a tua voz já entrou.
Fica.
Da minha maneira e da tua, mistura-nos, usa-nos em prol da nossa própria perfeição.
Fica.
Comigo. Aqui. Onde quer que seja.
Respira comigo. Sorri para mim.
Cansei-me da tua apatia. Da tua necessidade de mostrar ao exterior que não precisas de mim, mesmo que o teu interior esteja destruído com saudades minhas.
Cansei-me do teu espírito fraco, da forma como pensas que estou na tua mão e que me manejas como queres.
Mas fica sempre algo cá dentro... uma curiosidade, uma vontade dificilmente controlável de perceber o que acontece nas tuas entranhas. No porquê da tua bipolaridade, e da calendarização do nosso contacto. És o mistério que eu quero desvendar.
Já quis matar-te por dentro, pra ver se o teu exterior se aguentava muito mais. Deixar a tua essência em cinzas para ver arder o teu corpo sujo de medo e falsidade. Tinha a arma do crime, tinha a oportunidade, tinha tudo. Tudo para atear o fogo nas tuas veias e o ver percorrer todos os teus pedaços vividos e por viver. Vê-lo explorar coisas que tu não conhecias de ti, vê-lo ir tão longe, e provocar-te uma dor tão profunda que não conseguirias levantar-te. Ver os dentes brancos do teu sorriso a desaparecer... Mas desisti. Não te quero fazer sofrer. Não tens culpa de quem és, nem do que fazes sem te aperceberes.
Vou ficar na minha, aproveitar os últimos tempos que nos podem ainda restar, os últimos risos que ainda temos para partilhar, para depois deixar ir a nossa recordação, rumo a não-sei-onde, levando a peito as memórias das semanas para não mais lembrar. Os (teus) medos.
Hoje não expulsei o Bom Dia. Deixei-o acontecer em mim para ti. Deixei-o ecoar no meu peito. Ninguém, além de mim, o ouviu. E por isso tu não sorriste. Por isso duvidaste se me tens na mão. Por isso tiveste medo de me estar a perder. Por isso não expulsaste o teu Olá. Nem qualquer emoção minha em ti presente. Nada.
Arrependi-me no momento a seguir. Mas não tinha a certeza se o dia de hoje estava calendarizado como um dia em que nos falamos ou não, e não queria atrapalhar o que já está organizado, por isso não me redimi. Também me fazes o mesmo tantas vezes repetidas.
Mas ainda me culpo e me arrependo. Os nossos dias estão perto do final... vamos fazer acontecer antes que tudo desapareça.

Fica.
Fica.
Não preciso de nomear uma só razão em nós. Fica.

Fica aqui aquilo que te devo: Bom Dia.
Fica aqui o medo de ter que te dizer: Adeus.

04 maio 2010

Bulletproof

Não sou à prova de bala.
Cada tiro que me deste continua cravado na minha pele e no meu peito.
O meu sangue escorre-me pelo corpo ao teu ritmo, através de cada ferida tua em mim.
Tenho o peito destruído em oríficios perfeitos de pequenas palavras afiadas pelo teu gatilho. Palavras falsas de vida. Míseras seguidoras da morte encoberta.
Tu és a causa. És a causa do meu corpo coberto de sangue, a causa das minhas lágrimas sujas, do meu cabelo. És a minha causa. A causa da minha existência mastigada e vulgar, a causa do meu corpo molestado e negro. És a causa de tudo o que eu quiser que sejas, porque sou fraco de mais para admitir que a causa da minha vida sou eu. És o culpado também de eu ser cobarde.

Cada sonho, cada morte, cada espaço... Tu.

És o meu sorriso e o culpado de já não conseguir sorrir.
Não quero que existas em mim.

Mas como posso eu existir sem mim?


[Quando vou eu voltar a ver-te? Tenho saudades de te poder esperar.]