28 novembro 2009

Use Somebody

As tuas mãos... O teu toque suave, forte, decidido.
O meu querer.
Os nossos lábios... para sempre.


O poço que desvanece tudo o resto... que suga a pequena réstia de confusão...

Deixamos perdidas na serra as juras de amor que fizemos um dia. Deixamos a mentira que tem esperança de ser verdade. Deixamos o sonho real, e a realidade sonhada. Deixaste a tua frieza para que eu entendesse, eu deixei as lágrimas - que sem sucesso tentava conter - para dizer que tinha percebido.
Deixamos tudo para trás. Mas agora já não importa.

Tudo o que deixamos está a voltar, e desta vez, a Natureza envolvente pode esconder o poço.

[abraça-me agora, por favor. preciso de ti.]

25 novembro 2009

All i want for Christmas

Já quase que é Natal! Já se vê as luzes na rua acesas, as músicas, já se come bolo rei, já anunciam (ainda mais) brinquedos na televisão... É Natal! Viva ao consumismo! Época de alegria... (ah ah ah)

Eu sei que estou estúpido... mas é isso que sou. Não passo de um estúpido, um merdas, que estraga tudo aquilo em que toca, e é incapaz de tocar naquilo que estraga. Um merdas de um cobarde, um fugitivo, que se esconde por entre as fugas para que ninguém ache estranho o seu esconderijo. Sou um mundo, escondido numa galáxia distante e desconhecida. Não quero que me encontrem. Tenho medo que me encontrem, tenho vergonha do que sou.

Eu sou um abismo
coberto de brumas,
com a profundidade inacreditável
de quem não tem medo de cair.

Um pesadelo
que alguém perturbado
um dia sonhou.

Sou a raiva,
que um dia,
alguém sentiu.

Sou as escassas alegrias
que um dia alguém partilhou
e perdeu...

Eu sou um abismo,
coberto de brumas.
Bruma iluminada por
tímidos raios de luz.

Um pequeno e insignificante
buraco negro...
Um grande e envolvente abismo
que transforma quem quer que lá entre.

Eu sou um abismo...
coberto de brumas,
recheado de nada.


Tudo o que pedi para o Natal, foi deixar de o ser... Quero mais luz... mas ela teima em fugir de mim...

eu juro que não queria que fosse assim.

14 novembro 2009

Rain

O meu Verão já não voltou mais. O teu sol já não brilhou mais. O meu coração, continua a chorar... demais.
Mas...
Eu quero chorar, quero chorar até não poder mais, até exteriorizar toda a água existente em mim. Chorar...Chorar até desidratar, ficar completamente seco, quieto, sem sensações. Chorar até fazer com que o meu corpo fique igual à minha alma.

Choro, choro porque gosto e porque quero. Choro as coisas que me fizeram, choro o que sou e desejo ser, choro o que fui e o que sofri... choro por mim e pelos outros. Choro pelo que faço, pelo que vejo e sou. Choro pelo que vivi e pelo que os outros viveram.

Choro tanto, que se estivesse morto, as minhas lágrimas seriam as gotas frescas da chuva.

03 novembro 2009

Quem será, será...

trás, frente, trás, frente

Vai, volta, vai, volta... é sempre assim. É o embalador ritmo que envolve a vida, que nos transporta ao sonho e deixa tudo assim no intermédio, na realidade e no sonho. Tu também és assim. Existes, és real, mas a nossa relação é sonho. E tu vais, fisicamente, mas voltas, e vais, e voltas... no entanto, dentro de mim, desde que vieste, nunca mais voltaste para onde quer que seja que pertenças.

esquerda, direita, esquerda, direita

Andas, de um lado para o outro, no mesmo ritmo paciente a que me habituaste. Sorris, olhas, disfarças, mascaras, tocas e foges. Como quem tem medo. Como quem é culpado. Como quem comete um crime. Não consegue resistir ao pecado. Se é esse o caso, peço-te que não resistas... não quero que resistas, porque o pecado visto daqui parece óptimo de ser cometido.

esquerda passo, direita passo, esquerda passo, direita passo

Avanças, a medo, como que não deseja. Como quem não sente. Agarras suavemente, como quem está a ser levado, quando no fundo, és tu que me levas. Guias-me. Fazes-me sonhar. Este ritmo já me faz ficar confuso. Já confundo o sonho com o real... Será que me agarraste mesmo?

Valsa, valsa, valsa, valsa

De repente, está tudo a rodar à minha volta. Tu estás a minha frente. Com um sorriso sem medos, sem receios ou preocupações. Com o sorriso que eu fixei, no primeiro dia em que o sonho começou. Vem dar voltas comigo. Toma o controlo e puxa-me, para que eu fique de frente para a janela. Vem...

Dás-me o prazer desta dança?
[a dança da minha vida, que eu quero que seja contigo]