22 outubro 2011

Lotus Flower

e foi mais um esforço dele para pertencer a um mundo que sabia previamente não o reparar.
de encontrar uma luz num vazio coberto de efeitos e sons ao qual não pertence.
uma esperança despedaçada por cínicos delitos de ser o que não se é, segredados por alguém que é aquilo que não assume sempre ter sido.

É assim que se perdem aquelas estrelas que julgamos irem brilhar para sempre
e assim também que se confunde o chão sonhado daquele que efectivamente se pisa.

Espelhos estilhaçados
com reflexos de ilusões mórbidas:
mascaras de um amor incauto

dizendo "olá"
como quem diz um
"adeus, até um dia"
que pressente
eternamente por chegar.

a procura de alguém que sabe nunca encontrar,
porque encontros imediatos são estrelas que
facilmente mudam de lugar
confundindo-nos de posições consoante o sítio
onde acreditamos vir a estar.

Constelações inconsteláveis,
inconstantes,
improváveis.
imaginadas num sonho nocturno que está desperto
destinado a rumar alguém que luta para não ser incerto;

ao invés de esperar não procurando
aquele que o saudará sorrindo
mesmo não estando perto

"Eu gosto de ti"
diz,
julgando-se certo daquilo que sente.
"Eu amo-te"
diz a estrela,
capaz de dizer somente
aquilo que a sua essência sente.