17 janeiro 2014

Para os que se relacionem, para os curiosos, para os que sentem falta...

Aqui ha uns tempos despedi-me deste espaco.
Na altura acho que deixei um link para um suposto blog que eu era suposto ter escrito... e.. nunca aconteceu.
Nao me afastei da escrita, mas de algum modo a vida arrastou-me para outros rios de palavras que nao estes online, que nao estes secretos no mais publico dos mundos, que nao estes desabafos de alguem que fala sozinho mas para quem quer que queira ouvir.

Hoje, agora que essas andancas estao mais controladas, e que a minha propria vida esta a ganhar uma linha, e o balanco ja de quando em vez me da uma palavrinha - quem diria? - consegui arranjar na agenda tempo, na cabeca espaco e em mim vontade de voltar a a estes cantos online que tantas pessoas atrai.

Encontro-me agora, nao na lingua que me viu nascer mas naquela que me deu a luz, a escrever sobre tanto faz, sem planos, sem escolhas - como era aqui, como eu sou.. como no fundo acredito que todos deveriamos ser.
Faco porque me apetece, escrevo porque e o que quero, quando quero, da forma e sobre o que quero.



Com saudade,
o Filip de 15 anos, o Andre de 17, o Vinny dos seus 18, e o meu espectro actual com menos disturbios de identidade, pelo menos assim o espero.

Encontrem-me se for esse o vosso desejo.

http://thisisnotanewspaper.wordpress.com/

19 julho 2013

All my friends

Escrevi tantos finais durante cinco anos em que nunca imaginei vir a escrever este.
Nao pensava vir a escrever com erros gramaticais a minha despedida, nao contava com despedir-me de ti.

Ainda me lembro como se fosse hoje do dia em que tive que comecar a contar-te a minha vida por aqui, para me convencer a mim mesmo que continuavas a ver-me, dai, onde quer que seja o sitio para onde foste. Nunca viste pois nao? Eu ja nao te acuso, nem me culpo.
Todos os finais tem o direito a ser respeitados, e todas as historias tristes tem de ter alguem como exemplo. Nunca fomos abalados por furacoes, nunca passamos fome, nunca vivemos um misterio aterrorizante e nenhum dos nossos pais assassinou o outro. Tivemos uma vida bastante normal ate. E no mundo perfeito - e sempre bom deixar as coisas em bem - tu so estavas doente e pensaste que os medicamentos te iam ajudar.
 - Acreditas que sao eles que agora me fazem levantar todos os dias? -

Nao sei se estou a deixar este sitio porque me apercebi finalmente que tu nao o les ou porque sei que estas comigo e sabes o que te quero dizer antes mesmo que o escreva.
Agora, no sitio onde vivo, chove praticamente todas as semanas. Ainda te lembras de mim quando isso acontece?

Nao faz sentido escrever aqui uma panoplia de epitafios para o fim deste espaco. Na verdade, tu nao tiveste tempo de me dizer nada antes de ires.

Para quem quer que ainda se interesse: A minha vida na escrita - seja ela o que for ou quiser ser - continua em PANIC ROOM . Nao existe uma estrutura, nao existe um plano. Eu nunca me dei bem com eles. E uma sala em branco que eu preciso para expirar desencantamentos.
A outra vida, essa, que a tenham ca na terra, ela ha-de desaparecer um dia de repente.

E tu, eu guardo-te comigo numa sala de panico em que nao para de chover. E em que as pocas nao tem doencas. Em que os medicamentos nao sao precisos porque as doencas nao sao transmitiveis a nos. Em que o mundo e o sitio onde vivemos, serenos e felizes. Em que nao temos mazelas emocionais de alto a baixo, e em que tudo se resume a uma gargalhada sonora a irromper o sossego de um Chaplin silencioso.

Es tudo o que eu tenho, e um pouco mais ainda daquilo que eu tinha antes.
Fica.

13 fevereiro 2013

Pompeii

há exactamente seis meses eu estava numa praia que eu conhecia como a palma da minha mão, rodeado pelas pessoas que - quer eu gostasse ou não -  me tinham rodeado nos últimos três anos; estava perto dos meus, das pessoas que me viram nascer e crescer. estava perto de todos a recordar passados recentes, ou coisas que já custava à memória lembrar.
agora, seis meses depois, eu estou num sítio que ainda é novo, um sítio que eu estou a conhecer e a transformar no meu novo lar, a minha nova casa; com pessoas que eu conheci há meses, e pela primeira vez, a pensar num futuro que não parece assustador como parecia até agora, mas pelo contrário brilhante e exactamente como o sonhei.

seis meses.

é nestas alturas que eu sei que sonhar vale a pena.

obrigado.