26 novembro 2010

Mr. Cellophane

Transparente.
E que mais? nada.
Não deixo pegadas no chão que piso.
Sou um corpo de alma apagada.

Translúcido. com falta de lucidez.
Passo despercebido no meio da multidão.
Verdadeiro, com falta de verdade.
Encarnação dos reais e dos que dizem que são.

Não sou vampiro mas o espelho não me mostra.
Sou real, mas o mundo não me sente.
Sou a dor de um fantasma usado,
que vive neste mundo demente.

Transparente.
E que mais? nada.
existo numa qualquer dimensão trocada.

2 comentários:

  1. Todos somos fantasmas. Uns ganham a capacidade de emergir das sombras, outros, permanecem na escuridão da eterna ausência. Apenas depende de cada um de nós.
    Excelente, como sempre.

    Abraço,

    Samuel Pimenta.

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  2. Todos nos sentimos transparentes até certo ponto, depois no fim arranjamos sempre forma de brilhar, porque existe sempre alguém a quem nós não somos transparentes, e quando um desses alguéns és tu mesmo, melhor ainda. Adorei

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