30 maio 2011

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A casa continua aqui
Não se moveu,
não cresceu
não esqueceu nada
Do que fizeste,
do que fizemos,
do que jurámos um dia fazer

Arrasto, desgastados, os pés
neste tumulto
Arrasto-me
por entre corredores magoados,
matando sonhos que recordam
ecos de risos ocos trancados

Perco-me nas portas
das conversas solitárias,
lembrando aquelas partilhadas
um dia, nas varandas imaginárias

Vivo nos nossos recônditos,
debaixo do seu resguardo
Tenho medo da solidão
que solta o choro que prendo calado

Vivo contigo
mesmo que não vivas em mim

Exactamente
na mesma casa,
a nossa casa,
a casa que nos deu um fim.

1 comentário:

  1. É tão simples pegar na trouxa e mudar de casa...
    De qualquer modo, a mesma casa que nos oferece um fim, é de certo uma casa que nos oferece um começo. E vai ser sempre um abrigo.
    A solidão é bonita (q.b). Não tenhas medo : p ela não morde! Não te podes deixar contagiar por ela na totalidade, mas podes dizer-lhe um olá de tempos a tempos, é boa companhia : p
    Abracinho Fibrinha da Índia!

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