11 maio 2010

Colourless colour

Como hei-de escrever poesia se nem consigo soltar do meu peito duas palavras simples?
Nem conjugar um verbo que aprendi na primária.

Como hei-de escrever peças se nem consigo formular um discurso, um monólogo, para te explicar como me sinto e te fazer perceber o que me provocas sem saberes, ou sem quereres saber?

Como hei-de escrever contos se nem consigo desvendar se realmente não te interessas minimamente ou por qualquer razão te finges desinteressado?

Para quê escrever poesia se o destinatário não a vai receber?
Para quê escrever peças se não sei organizar tudo o que te quero dizer?
Para quê escrever contos se nunca vou encantar ninguém?

Estou farto de ti, farto de não te perceber e que não me expliques. Farto de querer desistir de ti, farto de não conseguir... farto de nunca ter lutado a sério por ti... por isso, como posso desistir de algo pelo qual nunca lutei verdadeiramente?


Assim um nobre coração hoje se quebra.
Boa noite, doce príncipe. Que o cântico
De revoadas de anjos te guie a teu repouso!

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