07 março 2010

Prostitution Song

Ando desencontrado de mim desde que nasci. Ando à procura de alguns pedaços reais do que sou, alguma pista da minha essência para conseguir construir - com o tempo - o meu todo.
Não passo de um prostituto, um vendido de uma qualquer esquina, com uma vida recheada de prazeres incestuosos, orgasmos descabidos de sentido... Uma vida preenchida de sexo sem sentido e orgias centenárias... quando no fundo... a realidade é apenas uma vulgar masturbação.
Não consigo dizer EU ESTOU AQUI porque não sei ao certo o que sou EU.
Utilizo casos sem qualquer significado para tapar as minhas lacunas, preencho os meus vazios com pequenos nadas que os deixam ainda mais ocos.
Posso dizer que sou de mil e uma maneiras, posso dizer que quero com um olhar decidido, mas nunca sei ao certo se sou e se quero assim tanto.
VENDO-ME. Uso e abuso do sonho de ser actor, para criar personagens com cada pessoa que falo. Já fui tantas coisas, continuo a sê-las cá dentro. Talvez de tanto tirar e por máscaras, perdi a minha face. Não sou igual para todos. Não sou eu para ninguém, porque não sei quem sou. Sou a máscara do que me convém, um reflexo do meu desejo momentâneo. Uma rápida e constante muda de ser em busca do prazer fácil e rápido. SEXO. sem qualquer significado, desprovido de sentimento... só para sentir que ainda mando no meu corpo, mesmo que tenha perdido a minha alma.

Onde estás tu agora, desejada alma?
Só contigo posso ter amor. Preciso de ti.

...Ouvi dizer que o amor era melhor que um orgasmo

1 comentário:

  1. Pois quando te reencontrares, quando descobrires a essência que há em ti, perceberás que rótulos, definições ou conceitos são dispensáveis, pois até hoje, homem algum, repito, homem algum, conseguiu definir a condição humana!

    Um abraço,

    Samuel Pimenta.

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