26 janeiro 2010

Hearts On Fire

são chamas que ardem, são chamas que queimam.
são dores que magoam, são dores que matam.

O fogo fascina-me, as labaredas... a cor forte, o calor, a dança sensual das chamas enquanto lutam para permanecer em brilho constante. O medo do escuro que move o brilho, as luzes da escuridão que se apaga. O vento a soprar... a soprar... a soprar...
...o medo

Arde, magoa, queima e mata.
mata, queima, magoa e Arde.

não posso fugir, agora não há escolha.

A escolha tive-a eu, há uns meses atrás, quando decidi atirar-me de cabeça para mais uma epopeia de vertiginosas subidas e descidas e constantes alterações de planos. Atirei-me outra vez aos tigres, às desavenças e às mortes do passado. Ao escuro. ao negro. à penumbra da bruma. ao pânico. à instabilidade de mim. ao meu ser, que agora está de novo encurralado.
Praguejamos sempre que descemos, e nunca estamos contentes com a nossa subida. Os nossos altos e baixos, para nós, são sempre maus. Ou descemos muito, ou subimos pouco. é sempre assim, como seres humanos, nunca estamos satisfeitos com os nossos feitos, e a nossa desgraça é sempre a maior catástrofe. Faz parte de nós.

Mas... o que faz um ser humano, quando - contra todas as expectativas e previsões - deixa de ter altos e baixos na sua vida? O que podemos dizer, quando à nossa frente - em vez das habituais montanhas e vales - temos o mar. O mar de incerteza, o pútrido e néscio mar-espelho. Espelho de tudo o que fizemos ao longo de toda a caminhada.
O mar da merda que fomos e fizemos... o que dizer perante isto? Quando nos dizem Atira-te àquilo que és...
Andámos a lutar toda a vida para sermos merda? Eu não sou isto.
mas se somos o que fazemos... então o que sou eu?

Arde, magoa, queima e mata.
mata, queima, magoa e Arde
.


são chamas que ardem, são chamas que queimam.
são dores que magoam, são dores que matam.

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