28 dezembro 2009

Blackout

a minha vida é um constante repeat.
o que eu digo e grito? QUERO MORRER. e não é uma hipérbole... eu odeio hipérboles.

Simples e directo. infelizmente, sentido.

Eu não sou o homem de ferro que pensam que sou, eu não sou capaz de levar com tudo isto.

Eu pensei mesmo que desta vez era diferente, eu pensei mesmo que a escuridão podia estar a desaparecer, eu tive mesmo esperança, por momentos, eu fui mesmo positivo. Eu pensei que o vento mudaria a minha sorte, te sopraria para mim, pensei mesmo que os meus braços serviam para alguma coisa, eu pensava mesmo... que podia pensar.
Não és o meu mal, não és o culpado, não é tua a responsabilidade. Mas sim, eu sei que irias ajudar. Todos pensam que os meus problemas são os nossos e os relacionados contigo...quem dera que fossem. Não é por não seres o grande causador dos meus males que não podes ser o meu grande salvador. E é assim que te vejo. A última luzinha lá no fundo, a brilhar, para mim. Sinto-te a apagar, e a minha energia a desvanecer na escuridão, perdida sem o teu brilho. Eu sei que devia ser positivo, e eu vou ser... amanhã de manhã quando acordar vai ser diferente. Vai ser diferente porque vou dar uma última oportunidade a tudo, e desta vez, derradeiramente. Sem embrulhos ou falsos alarmes. Eu sei o que quero... ver-me livre do que carrego às costas. e Tenho dois planos para isso. O V e o M... não podes mandar no teu peito, tal como eu não mando no meu. Só mandamos nas coisas que vêm de fora. e por isso é que o M é mais provável.
Mesmo que continues a brilhar, tenho medo de te apagar com os meus tremores. de te partir. vejo as nossas taças de champagne a colidirem, a partirem em pedaços... e eu seria o responsável. não quero ser.
amanhã serás a minha última esperança. Quero que sorrias por isso. Quero que penses sempre, que me salvaste, que foi por ti que lutei até onde lutei. A culpa não é nem nunca foi tua. nem minha. há coisas que estão escritas para acontecer, vamos ver o que está escrito para mim. nós.
O meu natal foi uma cópia do ano passado. O meu natal acontece de novo todos os anos. O que é que me daria ânimo para ver o próximo? Eu podia já ter tudo resolvido, e não teria de arrastar mais gente comigo.
Mãe, mais tarde ou mais cedo virás ter comigo. só espero que me consigas perdoar, que me percebas. A culpa não é tua. A culpa é da vida e das coisas que aconteceram. a culpa é minha. eu sei bem que se arrependeram de mim logo que nasci, e as forças tentaram acabar logo com o sofrimento, mas o estúpido do médico chegou na hora errada e no local errado. Se eu tivesse ficado por ali, hoje era a memória do filho que tinhas perdido à 16 anos. Sofrerias no início, agora recordar-me-ias com saudade, mas a dor acabaria por sarar. Agora vai ser mais dificil, mas vai acabar por sarar na mesma. Eu sei que vai. eu quero acreditar que vai.

Desculpa se me arranquei da terra e estraguei todo o trabalho que fizemos...
Para o que quer que isso valha...
Eu Amo-te...
Nem sei bem porque disse isto. talvez seja demasiado forte para se ler. mas... se o escrevi. Já disse em cima que odiava hipérboles, por isso, estou apenas a ser sincero.

Tenho a impressão que não devia ter escrito isto...


[espero que nunca leias isto, mas se leres, desculpa. desculpa pelo que escrevi, e por aquilo que pode ter acontecido já, na altura em que leres. DESCULPA... nunca quis que o mundo sofresse. mas também não aguentava sofrer eu]

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