De viver, sem ter vontade a todo o momento de gritar no meio da rua a todos os zombies que passam por mim, meio mortos-meio a dormir. de olhar gelado, desejos secos e sonhos apagados. De lhes poder dizer para acordarem. Para viverem. Dizer que o mundo é só um espaço que nós habitamos, e que podemos fazer dele o quisermos. Dizer que se ele está como está, é só a nós que podemos culpar e não a mais ninguém. Gostava de poder andar por aí, sem ter a constante vontade de gritar "CHEGA": de culpar os outros porque não nos queremos preocupar, de nos desculparmos com a sociedade quando ela é formada por nós. CHEGA de viver como soldadinhos, de aceitar tudo o que nos dão só porque nos dizem que é bom, de criar um vício à volta de algo que alguém inventou e disse que era viciante. chega,chega,chega.
Gostava tanto de dizer que o interior é mil vezes mais valioso que o exterior, e que sabe muito melhor ser do que parecer. De dizer que é completamente vazio querer parecer algo que não se é, ou mudar para ser como os outros, para nos integrarmos, para sermos aceites. Que o importante é simplesmente ser o que se é, no nosso interior mais verdadeiro.
Dizer que não importa como se é desde que se seja fiel a isso. Dizer que não se deve reprimir uma vontade se ela for movida por um motor interior só e apenas nosso, mas que é ridículo inventar acções exteriores apenas para provocar o choque e se assumir como diferentes.
Gostava de dizer tanta coisa. Mas acima de tudo, gostava de ser ouvido. Não digo que sou detentor da razão, e que o que eu disse é uma verdade absoluta. Mas gostava de dizer, ser ouvido, e ser pensado.
Adorava mudar o mundo, e não o deixar cinzento como o encontrei. No entanto, eu sei. Já me conformei que vou morrer frustrado por não conseguir que ele se transforme. Frustrado quando perceber que ninguém me ouviu porque já ninguém consegue tirar os tampões e as palas.
E ele, o mundo, continua feliz a rodar, sem sair do mesmo lugar, dando voltas eternas ao inferno onde se vai queimar.
Dizer que não importa como se é desde que se seja fiel a isso. Dizer que não se deve reprimir uma vontade se ela for movida por um motor interior só e apenas nosso, mas que é ridículo inventar acções exteriores apenas para provocar o choque e se assumir como diferentes.
Gostava de dizer tanta coisa. Mas acima de tudo, gostava de ser ouvido. Não digo que sou detentor da razão, e que o que eu disse é uma verdade absoluta. Mas gostava de dizer, ser ouvido, e ser pensado.
Adorava mudar o mundo, e não o deixar cinzento como o encontrei. No entanto, eu sei. Já me conformei que vou morrer frustrado por não conseguir que ele se transforme. Frustrado quando perceber que ninguém me ouviu porque já ninguém consegue tirar os tampões e as palas.
E ele, o mundo, continua feliz a rodar, sem sair do mesmo lugar, dando voltas eternas ao inferno onde se vai queimar.
Revi-me! Um belíssimo texto, como é habitual da tua parte. Continua a brindar-nos com as tuas palavras. E que elas não se calem, NUNCA!
ResponderEliminarTudo de bom,
Samuel Pimenta.